sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

café, cigarros e melodramas

Cheguei cedo. Acendi um cigarro , pedi um café e abri meu livro. Comecei à ler , mas logo fui interrompido, de longe veio o gemido de sua voz chamando meu desgastado nome. Não estava muito longe, mas avançava lentamente , apesar das longas passadas . Parecia preocupada, de seu rosto rolavam lágrimas abafadas, que poeticamente estragavam a maquiagem.
Quando me alcançou, logo me aplicou um forte abraço e desabou em lágrimas não mais reprimidas. Pedi dois cafés e não demorou nem um minuto até começar à contar sua história triste, contava chorando muito e com palavras cheias de ódio, parecia interessante, mas eu me ocupava de olhar para seu decote exposto, para suas pernas descobertas e para seus olhos tristes cheios de tesão. Falei que tudo ficaria bem, que daria certo e a convenci com um abraço. Acendi um cigarro, traguei-o e o passei à ela acendendo mais um. Bebemos nossos cafés e falamos um pouco de assuntos inúteis. Eu falei que tudo passaria.
A porta se abriu e ele entrou, sem pensar duas vezes ela pulou em seu colo , beijou sua boca ferozmente e levou-o ao carro. Não lembro de ouvir o tchau...
Pedi mais um café, acendi mais um cigarro e reabri meu livro.

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