sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O verão

Pensei que o tempo fosse curando
Que seria mais fácil hoje passar pela praia
Ou olhar a baia que me sorri todos os dias
E eu respondo virando o rosto em silêncio
A foto não revelada de tudo
E o erro buscado a fundo
Que no fundo eu sei qual foi
Só não posso aceitar.
A sinfonia do fracasso invade as rádios
Não olhei outros olhos
Não beijei outras bocas
Pelo simples fato de não fazer sentido
O som insuportável se repete
E repete, e repete
E ninguém aguenta mais a história triste
Até quem não ouviu, ou quem contou
Vivemos a distância habitual
Só que agora não há vírgulas
O ponto fora muito bem colocado
E o verão não acaba
O verão nunca acaba no Rio de Janeiro

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O telefone toca tímido
Meio calado , meio de lado
O pensamento voa
Entoa cantos antigos
Que não tocam mais
No Reino ferido.
O telefone fala
Fala receoso
Sem mostrar luz ou treva
Sem ser feliz ou morto
A tarde passa
No dia escuro
Sem rastros ou cinzas
Sem nenhum fruto.