sábado, 11 de dezembro de 2010

Desejo



Voltei só
Não consegui ficar
E ser obrigado à entender
Entender esse mundo maldito
E nem ao menos poder chorar
Não poder nem ao menos sofrer
Mas quem disse que poder é querer?
Quem disse que podemos viver?
Quem disse que queremos poder?
Eu ? Eu só queria você...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mudanças

Algo me diz que não tem nada certo
Que pode vir à ser bom ou ruim,
Que tudo pode mudar em segundos
Que com minhas mãos, posso ter o mundo

domingo, 5 de dezembro de 2010

Amor de pai e filho










Quando criança as cores me chamavam,
Meu pai gritava, mostrava-me camisas
Mostrava-me ídolos e bandeiras
Eu seguia vendo a história

Mais tarde, o sofrimento
Não se falava tanto,
Não se via muitos
Mas meu pai continuou gritando e guiando
Ouvi muitas falas grossas
Não via o escudo na escola
Nem na globo aparecia...

Mas meu pai me levou para vê-los
Guiou meus passos
Levou-me à verdade

Mais tarde , nem sabia
Não lembrava tão bem das cores
Guardava apenas nomes
Antigos amores...

Os meus dias mudaram,
Os anos trouxeram força
De todas memórias puxei verdades
De todas lembranças , torcedores

Nos dias difíceis estive ao lado
E nos dias seguintes , fiquei calado
Com tanto choro, um dia vem glória
Esse dia, esse jogo, guardarei na memória

Nos anos do quase, chorei junto à ti
Mas no ano seguinte voltei à festa
Exaltei suas cores, chorei suas mágoas
E você me deu amores

Acreditei. Ouvia tuas palavras, esperei
Hoje recebo o retorno, alcancei!
E com todos amigos, chorei.

Ao meu pai agradeço,
Obrigado pela educação
Por todo amor
E por manter-me no caminho certo

Hoje sai o grito.
O grito que esperei por anos
Saí da glória e fui ao lixo,
Saí do lixo e fui ao quase,
E hoje abandono o quase e consigo
Hoje sai o grito
Finalmente sai o grito preso
Preso num cárcere colorido
Por esperança, sangue, paz e amor

Hoje o cárcere tricolor foi quebrado
O verde se liberta e voa junto ao branco e o grená
O tricolor prevalece
E o maldito grito sai da boca de tantos apaixonados
É campeão porra, É CAMPEÃO!
O amor não se abala jamais...

sábado, 4 de dezembro de 2010

pulchra mulier

Onde estava meu amor
Quando mandei flores
E lancei olhares furtivos
Que acertaram olhos errados

Com quem andava minha musa
Andes de me encontrar
Falar de poesia comigo
E sem jeito pedir um cigarro

Onde estavam esses olhos vermelhos
Que me parecem tão maltratados
E não aceitam jamais serem amados

Como faço agora para passar
Dois dias sem ao menos olhar
Os meus olhos que foram amputados

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Ser Fluminense, por Artur da Távola

Ser Fluminense é entender esporte como bom gosto. É ser leal sem ser boboca e ser limpo sem ser ingênuo.

Ser Fluminense é aplicar o senso estético à vida e misturar as cores de modo certo, dosar a largura do grená, a profundidade do verde com as planuras do branco.

Ser Fluminense é saber pensar ao lado de sentir e emocionar-se com dignidade e discrição. É guardar modéstia, a disfarçar decisão, vontade e determinação. É calar o orgulho sem o perder. É reconhecer a qualidade alheia, aprimorando-se até suplantá-la.

Ser Fluminense não é ser melhor, mas ser certo. Não é vencer a qualquer preço mas vencer-se primeiro para ser vitorioso depois. É não perder a capacidade de admirar e de (se) colocar metas sempre mais altas, aprimorando-se na busca! E jamais perder a esperança até o minuto final.

Ser Fluminense é gostar de talento, honradez, equilíbrio, limpeza, poesia, trabalho, paz, construção, justiça, criatividade, coragem serena e serenidade decidida.

Ser Fluminense é rejeitar abuso, humilhação, manha, soslaio, sorrateiros, desleais, temerosos, pretensão, soberba, tocaia, solércia, arrogância, suborno ou hipocrisia. É pelejar, tentar, ousar, crescer, descobrir, viver, saber, vislumbrar, ter curiosidade e construir.

Ser Fluminense é unir caráter com decisão, sentimento com ação, razão com justiça, vontade com sonho, percepção com fé, agudeza com profundidade, alegria com ser, fazer com construir, esperar com obter. É ter os olhos limpos, sem despeito, e claro como a esperança.

Ser Fluminense, enfim, é descobrir o melhor de cada um, para reparti-lo com os demais e saber a cada dia, amanhecer melhor, feliz pelo milagre da vida como prodígio de compreensão e trabalho, para construir o mundo de todos e de cada um, mundo no qual tremulará a bandeira tricolor.