sábado, 11 de dezembro de 2010

V.I.R.

Todos os olhos verdes doentes
Faces rosadas de fome
Torcidas distantes, armas dispostas
Nenhuma investida para a guerra.

"Deixa sair o que você sente"
Acho que não saiu tudo...
Sai agora na poesia morta de sábado à noite
Uma festa sozinho em casa
Lendo Bukowski e Ginsberg
Com doses de café, cigarros e comida congelada
Sai a porra toda agora , com calma
Sem pressa e sem muita vontade
Como uma bela cagada, que não foi forçada

O telefone toca, não é ela
Mas é ela quem liga...
Merda , tenho de me mecher,
Levantar a bunda da cama e correr
Pelo menos tentar entrar na batalha

Ligo para ela, chama, chama, não atende
Ligo novamente
A voz sensual e lenta me acolhe com doçura
"Não poso , impossível"
Falo sem medo algum, sem esperança...

Ela se despede com voz de decepção
Eu Volto à cama, deito e abro um livro.
Ouço vozes infernais no ouvido
Deixei-as me conduzirem

Volto à minha festa particular de derrotados
Onde a poesia não é bela,
O fumo é amargo
E o álcool pesado.

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