segunda-feira, 13 de maio de 2013

Fantasia, Poesia

Sabe, não é o melhor, mas está longe de ser o pior
Sinto-me sendo o que sempre desprezei 
Não liguei, não falei, não chorei
Imponho-me uma imagem de quem não sou

Uma pausa para trabalho
Enquanto finjo que faço algo 
Uma hora , acho, verei com pesar o passado
Mas será tarde e o caminho de volta é árduo

O personagem me cai bem,
É na verdade minha vontade
Quem precisa de realidade
Quando se tem fantasia

Bela menina, não se assuste
Com toques e insanidades
No fim é o lobo quem morre
Pela própria maldade

sábado, 4 de maio de 2013

Sendo como sou

Fritaram minha cabeça
E puseram 'pra jogo
Enquanto O mundo girava
Nesse eterno mistério
De se querer e não se conter
Contentar-se com o que se tem
Não há nada mais boçal
Acomodação parasitária
Mas não esqueça
A essência é sempre a mesma
Independente de qualquer coisa
O homem não foge a natureza
E ela sente , e pede
Mas a facilidade é bela e má
E não acontece como querermos
Mas como se é
Enquanto a cabeça voltava
Falaram que fritaram o mundo numa jarra
Mas que continua tudo igual
Não adianta tentar mudar o natural

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Cinzas

Percebo agora que desde que você se foi
Nunca mais cheguei perto da praia
Agora fujo do sol, da luz
Assim como meu cachorro foge do banho
A persiana do meu quarto quebrou
Permaneço no escuro 
Fugindo vez ou outra para ver a rua
E confundir outros rostos 
Com o dourado do seu.
Agora passo as tardes 
Te esperando
Espero no bar até você passar
Com seus vestidos floridos
Posso então ver os rastros 
Do que foi  um carnaval
A quarta feira de cinzas me deixou um vazio
Que nenhuma cachaça cura,
Nenhum sorriso nascido 
Só aquele seu jeito de ser feliz
Que me contagiou e me ensinou a sorrir
Mas que agora está longe de mim

terça-feira, 23 de abril de 2013

Sonhando com lábios

Ela morde os lábios
E a pele dourada me cega
Com maliciosa vontade
Que causa insônia
Insuportável saudade
Rebate meus olhos molhados.
A fumaça doce
Que sai  daqueles lábios apertados
Perfuma o ar do coitado
Que não dorme a dias
E noites claras
Sonhando acordado.

domingo, 21 de abril de 2013

Insônia (II)

Hoje não consegui dormir
Lembrando do seu cheiro no meu lençol
Dos sorrisos sinceros, sem medo
Hoje cai na piscina fria
E lembrei das nossas tardes
Mas quando o vento bateu na sombra fria
Eu não tinha seu corpo 'pra me esquentar
Hoje o filme passou inteiro e eu nem percebi
Passei a tarde lembrando do que não consegui
Rodo de um lado para o outro
Meu quarto frio não se acostuma com o vazio
Que ficou quando você decidiu partir
Hoje me perguntaram como te conheci
Sorri e lembrei dos acasos que levaram ao caso
Hoje percebi que ainda não esqueci
E que seus lábios apertados fazem mais falta
Do que qualquer outro que já mordi