quinta-feira, 1 de julho de 2010

Derrotados

As vozes tortas
Entoam o canto dos Derrotados.
Eles perambulam pela rua
Fumam cigarros baratos
E sofrem de dores incuráveis

Eles leram todos os gênios,

Vivenciaram cada passo dos Sonhadores
Sangraram a realidade
Amaram o que não existe.


Derrotados,
Andarilhos desgraçados
Que andam pela vida triste

Em estradas sujas
E melancólicos bares.

Malditos!
De tão tristes, são felizes.
Foram vacinados contra a injustiça,
Beijaram todas as putas,
Beberam todos os restos,
Fumaram as pontas de cigarros sujos,
Comeram cada migalha
Do pão amassado e mofado.

O corpo adoece,
A mente apodrece
Nada mais resolve
O vazio dos Derrotados
Derrotados...
Nenhum escapa,
Foram todos mortos, derrotados...

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sonho triste

Hoje acordei doente
Senti a dor da vida
que tarda, mas chega.

Noite passada
Sonhei com teu beijo
Com teu corpo quente
Teu hálito
Sonhei com suas mãos
que me foram amigas

Essa manhã lembrei de você,
De todo ódio,
De todo amor

Merda,
Pensei que fosse ser diferente
pensei que você tivesse mudado
Que fosse agora mulher verdadeira
Que ama, chora , sofre e sente
Mas você permanece vazia
Sem nada, nenhum sentimento
Apenas calor

Puta que pariu,
Que calor...
Puta
Desgraçada
Maldigo teu nome
Que nunca mais tenha vida
Que teu amor acabe
Que teu sexo falhe!
Enganaste-me
Destruiu-me
Machucou-me
Espero que morra machucada
Suicida, sem ninguém.
Foda-se,
Ninguém te vê,
Ninguém te ama
Ninguém te quer
Foda-se,
Não quis ser minha,
Não será de ninguém mulher.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

fumaça

Ela sumiu.
Não ligou, não escreveu,
Não quis nem saber.
Lembro da dança,
Dos sorrisos,
Da dúvida,
Lembro de não falar,
Não contar a verdade.

Eu fugi,
Corri para o inferno.
Agi errado.
Ela sabe do meu sofrimento
Ela brinca
E eu, entre copos e buracos esfumaçados
Esqueço do mundo.

Minha Pequenina...
Fale a verdade.
Mostre a cara limpa
Não me trate como eles
Só então poderei ser diferente.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Poeta


Premissas errôneas, falsas esperanças que facilmente foram destruídas. Loucura inalada, escárnio e ódio repentino , mas permanece o amor! Ah o amor! O amor do poeta nunca morre, ele sofre, é espancado, maltratado, traído, mas sobrevive e lá permanece. O poeta ama por nada, e por menos ainda odeia. Tudo é confuso em sua cabeça, mas ao mesmo tempo tudo faz sentido. Tudo menos ela. O que ela queria? O que procurava? Será ela ainda mais desnorteada que ele?Ou será que seu norte é bem definido, que sua vontade é abobalhar o atormentado poeta?
Ah poeta paranóico. Vê sempre conspirações contra si. Tem a certeza da existência de um vilão clássico que deseja seu mal. Poeta herói. Poeta louco! Totalmente desajuizado, pede por dor, pede por amor...Iludido...