quarta-feira, 27 de março de 2013
Seus olhos fecham e abrem sem pressa. A calma de terras distantes. Ela traga seu cigarro- marlboro light, sempre fiel- profundamente, abaixa o olhar para o chão e esboça um sorriso resmungando algo que não consigo entender e permitindo à fumaça que saia e contemple sua beleza. Sua pose de Belle de Jour me encanta mais à cada segundo. Ela termina o cigarro jogando-o no chão ao mesmo tempo em que assopra a fumaça restante. Pisa suavemente com seus pé calçados com um sujo all-star e acaba com a brasa restante, nesse momento levanta o olhar e me olha nos olhos. Esse olhar me penetra de uma forma que jamais vi, ela impossibilita qualquer reação, como se me amarrasse e me obrigasse a olha-la para o resto da vida. Eu obedeço, apenas a olho, e ela sorri um sorriso de Mona Lisa, mantém seu jeito blasé e me dispara uma pergunta, que não entendo. Não sei se não entendo por causa da língua, ou se a culpa é do meu estado de inércia perante àquele olhar. Ela repete e a respondo alegremente, ela retoma seu sorriso blasé e olha para o lado enquanto sabe que a olho sem vergonha nenhuma. Um gole do drink e volta à encarar o chão. Pego a carteira de cigarros e a ofereço um, ela o aceita agradecendo com um obrigado desajeitado, acendo seu cigarro e acendo um para mim também. Uma conversa esfumaçada em línguas variadas até o ciclo voltar e eu me prender a contemplá-la. Por mim faria isso pelo resto da vida. Me alimentaria do gosto dos seus lábios, mataria minha sede com o verde água de seus olhos e morreria feliz quando o coração parasse .
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