domingo, 29 de julho de 2012

A esperança da incerteza

Todas as luzes que formaram
Aquela única imagem que temos
Que aliás nem sei se ainda existe
Na memória apagada
Com outras coisas sem importância
Que mandaram embora ao vazio
Para não atrapalhar o presente

E longe do que importa
O som balança, incomoda
De um modo agradável
Na ausência de imagens,
Na falta de contato
O que mais seria válido?

Algo forte me abraça
Carrega para longe meus sorrisos
A comida esfria na mesa
Perguntam-me sobre tempo
Respondo que não sei
Fingindo não me importar muito
Mas ninguém realmente acredita

É a esperança de desespero
Uma vontade enorme de sofrer
Contanto que seja mais próximo
É perder-se no querer
E só ver com os olhos amados
É não se importar em sofrer...

domingo, 22 de julho de 2012

110 anos

Difícil não lembrar da infância
Tempos difíceis
Mas superados pela glória centenária
Lembro das camisas que meu pai me deu
Das idas ao estádio,
nem sempre tão felizes no final
Mas sempre recheadas de amor ao clube
Tenho a vaga lembrança do gol de barriga
Ou pode ser imaginação, não sei...
Vivi momentos duros 
Quando nem sabia o que era campeonato
Tive o prazer de ver a torcida mais linda do mundo
Na triste noite que perdemos um sonho
E no ano seguinte, lá estávamos novamente...
A cada jogo, por mais que nada valesse
Sua torcida apaixonada estava lá

As bandeiras de três cores vibram
Vivi a felicidade de vários campeonatos
E ainda muitos viverei
E hoje dou os parabéns ao clube
Que me acompanha desde que nasci
E como falou o eterno tricolor:
"Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória".
Parabéns Pelos 110 anos e que venham muitos mais de glória , história e alegria! 

sábado, 21 de julho de 2012

delirium

Podem me chamar de idiota
Otário, o que for
Confesso sou meio iludido
Muito sonhador...
Acontece que não me somem
Os olhos negros brilhantes
Que me olham onde estiverem
Acontece que aquele perfume,
Que lembro vagamente,
Impregnou meus sonhos de amor
E por mais que eu tente evitar
É mais um vício para minha coleção
Por maior que seja a luta
É esse rosto que me aparece nos sonhos
E sussurra em uma doce voz rouca
Que tudo vai melhorar
Até acordar
E novamente dormir e encontrá-la
Para mais um delírio salvador.
Ao qual me entrego sem mais pensar

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O inverno de Julho

O sentimento que me consome
Como a brasa consome o fumo
Um beijo lembrado,
Um abraço esperado por tempos
Aqui o frio bate anormal
E o fogo que ardia por dentro
Vai sumindo no meio do inverno
Deixando meus pés gelados
Arrancando cada fio de esperança 
Que batia um mês antes.
O que resta é o futuro
Nada mais vale 'pra quem não tem presente
Arrombando a porta mais próxima e pedindo abrigo 
Desse frio do mês de Julho
Que não passa, se rasteja 
Até o fim do juízo
E agora que acabou o calmante?
Havia algum motivo?
Os dedos tremem gelados
Sentindo por si só o vazio

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vazia liberdade

Um preço caro por algo imaginário...
Essa tal de liberdade que me falam
Ou fui enganado sem saber
A sociedade nada social dos sábios
Que afaga com porradas
Para a criança aprender

Um soldado que volta da guerra
Seu amor perdeu-se no passado
Seu amigo, enterrado
E descobre seu ideal
Totalmente deturpado no jornal

A paranoia permanece enclausurada
Na cabeça frita que se perdeu no tempo
O mundo não foi feito para fracos
É cão comendo cão,
E cadela querendo rato

O amigo é quem lhe crava o punhal
O amor morreu na esquina com um tiro na cabeça
Não deixou nem bilhete, nada

Ligação perdida,
Você teve sua chance
Tocou,
Tocou,
Ninguém atendeu.

Atrás de lentes grossas é possível ver o mundo
As cores vivas, os sorrisos, Os domingos de sol
Nenhum deles vem até aqui
A neve cobriu tudo, o branco pálido afastou a vida
Só resta olhar os sorrisos dançantes e as cores vibrantes
Não sente dor, apenas não sente nada
O vazio se apoderou , protegido pelas lentes largas