domingo, 31 de julho de 2011

O mal que me faz

O mal é bom
O bom é ruim

O mal faz bem
O bem é mal

O bom se dá mal
O mau se dá bem

sábado, 30 de julho de 2011

Vi em seus olhos o olhar ressacado
Olhar malígno da esfinge
Jamais decifrarei...
Falsidade ideológica
Revoltas com a verdade
Foda-se
Depois dá tudo errado...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A falta que faz

Quanta dor enrustida,
Quanto amor reprimido
Quanta merda cagada
Quanto céu escondido
Quanto livro empilhado
Quantos poemas escritos
Quanto tempo perdido
Quanto azar para um só
Quantas vozes falando
Quanta barulho escroto
Quanto ódio gratuito
Quanto chute no saco
Quantas mulheres perdidas
Quantas outras roubadas
Quanta droga por perto
Quanto lixo na esquina
Quanta merda incerta
Quanta crença em nada
Quanto nada no tudo
Quanto álcool no sangue
Quanta força na mente
Quanto controle de raiva
Quantas palavras erradas
Quanta morte na vida
Quantos carros na estrada
Quantos amigos perdidos
Quanto abraço não dado
Quantos beijos roubados
Quanta porta na casa
Quanto dinheiro perdido
Quanta fumaça soprada
Quantos sonhos sonhados
Quantas noites sozinho
Quantas vozes erradas
Quanto grito no mundo
Quanta história contada

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dia

Nos dias calmos de não fazer nada
O vento bate frio na janela
Chia fino, chora chamando chuva
Papéis e mais papéis jogados, sujos
Não faz mais tanto sentido como fazia antes

Música toca alto no cômodo ao lado
Me perco na fumaça densa
Converso com o velho safado
E ele me diz que nada vale a pena
A alcatéia uiva no meu ouvido
Palavras de amor proibido

Na tela passam cenas de violência
Tiros e gritos alucinados
Claramente ensaiados
Não que eu não goste da mentira,
É tudo ficção, pura enganação
Melhor que falar verdades tristes

O dia passa sempre muito calmo
Quase não lembro da pele branca
Da voz confusa, sempre chapada
Quase não lembro da distância
É difícil falar sobre o que presta

Os óculos pesam, preciso de sono
Preciso de um banho
Um vinho, boa comida, sei lá...
Preciso sair para pensar
Não corra atrás, uma hora vai passar

Entro de porta em porta,
Cada livro um novo homem
Mais mulheres para amar
Mais mentiras para ouvir
Mais sonhos para sonhar

A noite é clara, a cidade brilha
Não vejo estrelas nem nada no alto
Os ratos já tomaram as ruas
Ninguém mais se atreve à sair
Está na hora de se deitar...

Fera acalmada

O tempo levou, devorou
Toda emoção , toda vida
Agora vemos imagens de jornal
Estampando a face pálida

A selvageria adolescente
Deu espaço ao modismo maduro
E tudo que ouvia, via, chorava
Agora é parte da vida

E os olhos brilhantes
Hoje estão mais calmos
Parece presa, acorrentada
Esperando lhe tirarem as amarras