segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Sei lá

Sei lá
Bate uma vontade de voar
De sair
Deixar-se levar no mar

Sei lá
Talvez um porre
Um gole
Até não conseguir levantar

Sei lá
Bate um medo
Um choque
E se não for pra rolar?

Sei lá
Queria não pensar
Sumir
Deixar pra lá

Sei lá
Não queria saber
Sei lá
Talvez só esquecer de lembrar

Sei lá
Às vezes é preciso razão
Mas, sei lá
Também é preciso emoção...

Sei lá,
Sei lá

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Flores mortas

Seguiu os anos
As flores caíram
Não olhei,
Evitei o que pude
Chorei por noites
Lágrimas de sorrisos
Que largaram-se
Ironicamente sofrendo
Com a dor alheia

As flores caíram ,
Propus o pecado
O auto flagelo,
Revi um filme batido
Que passou tantas vezes
Mas mesmo assim não entendi
E revejo sempre que posso
Me atento aos novos detalhes
Às suas atividades no quarto
Do jeito que vira os olhos

Inverno batido
De flores mortas
Sem vida, sem nada
Revira o lixo
No vômito de ontem
Que cheira a podre
E corrói o estômago
Precipita na pele
Precipita nos olhos

Jardim florido
De flores mortas
Deixadas caídas
Jogadas de lado
Num poço de ego
Cheias de merda
Adubam o solo
Criando terreno
Feliz triste

Outras flores aparecem
E eu as arranco
De todos jardins
E eu as acumulo
Num jardim morto
Com flores mortas
Deixadas à vida
Caídas no Lago
Largadas na vida

E meu Jardim morre a cada dia
Com as flores vindas
De outras partidas.