Ele fracassa e não sabe o que dizer, se envergonha, olha para um lado, para o outro, todos perdedores... Acendo um maldito cigarro, merda, ele acalma. Nunca soube lidar muito bem com perdas, derrotas, enfim... Gosto dos desafios , geralmente saio vencedor, nem que seja para falar ao mundo que perdedor é o cu da mãe! Ele, Eu,
foda-se, não importa agora. Meu cigarro queima devagar e me lembra dos terrores. Uma gota de suor cai no chão de terra, maldito calor carioca em pleno verão no século XXI , maldita porra de aquecimento global.
Não tenho paciência para pessoas falando, muito menos essas pessoas que só falam besteira. Suas falas são quase como diarréia recém saída do ânus todo fudido da puta mais barata da cidade. O ódio escorre pelos cantos da boca, todo mundo ali sabe que ele não está nada satisfeito. A idéia de chegar ali no dia seguinte , puxar uma 45 e meter cinco tiros na cara do filha da puta ainda não morreu, pelo contrário, parece uma idéia muito boa. Uma longa tragada, a fumaça sai pelo nariz.
Há algo de podre no reino da Dinamarca!
Não é todo dia que o sol brilha, no caso do dia de hoje ele brilha, brilha até demais no calor de 47° do Rio de Janeiro, mas seu brilho não está voltado pra mim hoje, está focado em me fuder com esse calor e os acontecimentos. Jogo a ponta do cigarro no chão, duas ou três pessoas me olham torto pela atitude porca, mas que se fodam, hoje estou sem paciência. Olho torto para dois ou três infelizes que nada me fizeram e decido ir embora.
"Estou partindo!" Falo para os putos que ali estavam comigo, eles cagam para minha declaração e continuam na conversa vazia que mantinham antes. Ligo uma música no fone de ouvido, Led zeppelin I, fecho os olhos e sigo andando pouco me fudendo para os carros que passam voando ao meu lado ou para a a fumaça alheia, para os barulhos estranhos de desocupados e ocupadíssimos andando nas ruas. Sigo em frente sem fazer curvas nem olhar para traz e o mais importante: sem desviar dos putos à minha frente...