sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Vício

Esse sentimento enlouquecido que me toma por inteiro
Mudou apenas o nome , mas continua do mesmo jeito
São outros olhos, outros corpos, ambos perfeitos
Mas essa dor insaciável, que sinto no peito
Esse amor incontrolável por amar é meu defeito

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

GELO
O que destes
E o que receberás
GELO

Pesadelo

E do choro fez-se o desespero
De não saber mais quem se é
De esconder o rosto choroso
Fingir ser quem não sou
Se iludir de que nada ocorreu
Acordei, mas não era sonho
Fui dormir e nada mudou
Meu amor, de fato, morreu.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Jogo de lado

Sinto meu sangue correndo mais rápido
Meus olhos fecham e os dedos param
Minha mente vai à outros cantos do mundo
Onde consigo ver aqueles olhos acolorados
[ao meu lado
O estômago tece reclamações violentas
Tento focar nas letras, mas o suor me distrai
A brasa da esperança queima meus dedos
Não há mais nada para queimar, tudo virou fumaça

Ela me deixou só, nem um último beijo
Nem um filme ao meu lado , convite rejeitado
Dúvidas, caos, não consigo entender
Juro que tentei, ainda tento agora...
Se não está bom, por que não tem fim?
Porque recusar meu sim que espero tanto?
É um fardo meu esses seus olhos
Juro que tentei, mas desistir de te esquecer

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Noite passada no palco de Romeu

Eu sei que não houve juras de amor
Nem promessas de Capuletos desesperados
Torturas de encenações particulares
De Romeu e Julieta sapateados
Pisoteados por pernas de amor desregrado!

Mesmo com todas as luzes por fora
O palco escuro abrigando o poeta cego
E a cortesã dançando sua peça
Gritando caminhos abertos no silêncio
E eu abaixo a cabeça sorrindo só...

Agora eu entendo as brincadeiras e conversas
Procuro um novo caminho para as lembranças
Quem sabe até um atalho antigo que me ensinastes
Nós sempre teremos onde ir
Largue o choro para os outros, não argumente

Eu sei dos seus segredos infantis
Minha mimada, carente
Te dou todas as palavras, todas risadas e brincadeiras
Apenas lembre-se do dia de hoje e de tantos outros
Que eu lhe mostrei meus olhos limpos

E agora que não sabemos o que fazer
Agora que brigas e lembranças nos trouxeram até aqui
Eu sei eu demorei, o trânsito acabou comigo
Eu lembro que eu falei que n me importava,
Mas evidentemente me importo, como me importo

Apenas lembre-se do dia de Hoje e sorria
Não seja tão medrosa, não ignore o meu chamado
E então deixe-se sorrir com o pôr do sol da janela do meu quarto
A noite passada tudo fez sentido, agora eu não sei mais
Mas acredito que era isso mesmo, estávamos certos no palco deserto

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

café, cigarros e melodramas

Cheguei cedo. Acendi um cigarro , pedi um café e abri meu livro. Comecei à ler , mas logo fui interrompido, de longe veio o gemido de sua voz chamando meu desgastado nome. Não estava muito longe, mas avançava lentamente , apesar das longas passadas . Parecia preocupada, de seu rosto rolavam lágrimas abafadas, que poeticamente estragavam a maquiagem.
Quando me alcançou, logo me aplicou um forte abraço e desabou em lágrimas não mais reprimidas. Pedi dois cafés e não demorou nem um minuto até começar à contar sua história triste, contava chorando muito e com palavras cheias de ódio, parecia interessante, mas eu me ocupava de olhar para seu decote exposto, para suas pernas descobertas e para seus olhos tristes cheios de tesão. Falei que tudo ficaria bem, que daria certo e a convenci com um abraço. Acendi um cigarro, traguei-o e o passei à ela acendendo mais um. Bebemos nossos cafés e falamos um pouco de assuntos inúteis. Eu falei que tudo passaria.
A porta se abriu e ele entrou, sem pensar duas vezes ela pulou em seu colo , beijou sua boca ferozmente e levou-o ao carro. Não lembro de ouvir o tchau...
Pedi mais um café, acendi mais um cigarro e reabri meu livro.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Jardim

Aqueles olhos que me dão medo
Que me levam o mais longe possível
Lugar calmo onde crianças brincam
E me trazem de volta cedo demais

Toda aquela onda dourada
Que brota da cabeça
Para esconder o olhar e criar o mistério
Para eu enlouquecer e implorar por mais

Não temos onde ir...

Mas a pele branca dos pequenos dedos
Lembram-me do paraíso,
Onde me levou e não deixou mais voltar
Nem escondidos, entorpecidos

Menina minha,
Nós temos onde ir

Oh sim, os lábios rozados,
Que sopra o ar no meu pulmão
Em pequenas e controladas doses
E me deixa sufocando de amor, sem cura

É só falar que teremos
O lugar perfeito para ir...

Não negue droga ao viciado menina
Terá de procurar em outros cantos
O paraíso do teu corpo
E jamais achará suas memórias de céu azul

Ignorar não me fará desistir de ser feliz
E não adianta esconder a tristeza nos olhos azuis
Que eu aprendi à ler olhares
E consigo ver a maldita verdade!

Para onde iremos agora?
Apenas me fale criança!
Para onde iremos agora?

Eu tenho um lugar para ir,
Apenas deixe seus olhos nos levar
E prometo que será feliz!