quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E toda aquela história de acreditar,
Estou começando a achar que é verdade...
Toda aquela enrolaçäo de crer e agir
E ser mais atento à vida
Ser mais presente no mundo...

E talvez a esperança seja verdadeira...

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Saia


Melancolia controlada
Elevada ao limite da irracionalidade
Confundida com tons de criatividade
Revoltas destruídas , sem sentido

Eu sei que você me acha louco
Mas relaxe e ouça o tolo que vos fala
Quem mais seria bom?
Quem sofreria mais que eu?
Eu sei, parece não fazer sentido
Mas o amor pega fogo e queima a mente

Céticos criticam
Homens e mulheres choram
Portanto me deixe sair
Me deixe sair
E não me encha a porra do saco
Pois sou tão normal quanto eles
Meus anseios são os mesmos

Me conte todos seus segredos
Me conte seus malditos temores
Eu sei que você não me ouve,
Sei que me teme,
Mas quem mais te ajudaria?
Então me deixe sair
Não me pare a vida e seja careta
Não é essa a solução

Se perca,
Não lembre
Esqueça
Quem seria melhor pra te ajudar?
Então me deixe sair e me ouça
Não quero viver só
Nem você...

Tenha toda a calma e pense!
Mas jamais esqueça
Jamais me esqueça
Quem mais seria seu tempo?
Me diga quem mais seria perfeito?
Então se deixe sair!
Quem mais sofreria por ti,
Lutaria por esse amor?
Os anjos gritam:
Deixe-se sair!
Quem me ouve???
Me deixe sair !
E saia comigo!
Car ma vie, car mes joies,
Aujourd'hui, ça commence avec toi!

Presente


Eis que...
Não há nada de novo...
Grande novidade dos olhos azuis...

Leve


Toda espera tortuosa que me foi imposta tem finalmente fim. Um sim, um não, já não me importava mais o que, contanto que viesse algo. A loucura já me tomava o pensamento. Confesso que ainda sou um louco, cheio de amores platônicos e casos mal resolvidos, mas um pouco mais leve, eu acho.

Sinto agora um ar. Mesmo sem saber muito, eu sei que tem o que pensar, e isso não pode ser negativo, não pode ser prejudicial. Contanto que leve à pensar, posso até ser posto de lado, pode até preferir esquecer, mas não pode me anular, não pode mudar o que foi.

Já não me preocupo mais com palavras certas, não me preocupo com mais nada. Eu jogo aqui tudo que deve sair. Expurgo meus demônios e não me importo com os resultados. Preocupo-me apenas com o bem estar de minhas senhoras, que mal se lembram de mim, preocupo-me apenas em não faltar-me fumaças diversas que me fazem menos vazio e uma bela cachaça com café para que possa melhorar meus dias. Preocupações primitivas e vazias, que guardam todo o amor que sinto pela vida.

E por mais que não acredite, seu segredo está aqui, guardado, à ser que um dos meus 3 leitores consigam descobrir magicamente minhas peripécias amorosas, isso ficará entre nós dois, como ficou e como não deveria deixar de ficar, como deveria voltar a ser...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

E fazem anos de felicidade no espaço de simplórios 7 dias. Minha angústia foi curada , toda dor saía em revoada no exorcismo do pessimismo. Mas agora só quero ver , só penso nos olhos de cores claras que hipnotizaram minha vida. não penso em mais nada, a boca rosa levemente aberta para o errado que tornou-se certo. O limite foi quebrado, não se sabia direito o pecado e o perfeito, Não ligava muito, praticamente explodia-me meus sonhos e não me deixava dormir ao olhar seus olhos.

O sol nasce, não é mais seguro, não se sabe mais nada do mundo, perco minha musa e não sei mais o que fazer. Quando verei-a novamente? Pode ser hoje, em um mês, não sei. Estou meio perdido por enquanto, mas ainda vivo aquele encanto , aquela fantasia que nem acredito direito.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bandeira branca


Revoltas dosadas em conta-gotas. Sangue derramado para chamar atenção . Não voltei para dizer o que queria nem tentei expressar minha dor, acredito que seja impossível, no mínimo muito difícil, não há certeza onde a dor viaja. A sala esfumaçada não me torna mais feliz que antes, e agora a poesia agonizante volta à sangrar e mostrar o peito aberto que outrora assustara navegantes desacostumados. A dor não tem tradução, e o quarto arrumado do filho falecido é a morada de minha amada sumida.

Os vermes circulam os corpos e sufocam. O cheiro de merda é insuportável , não consigo mais esperar aqui, não é possível. A podridão infesta-nos como um ovo jogado. Não espero mais nada , não acredito mais na ressurreição, minhas crenças foram abatidas. Cruzei espadas, larguei adagas e lancei à lança, estiei bandeira branca.

Não desisti, mas também não vou lutar mais. A guerra ficou suja demais para mim. As batalhas são cada vez mais sangrentas e perigosas, e não estou disposto à correr tais riscos novamente. Cheguei tarde? Parece que sim, mas não tem problema, você também chegou. Apenas espero que isso não acabe.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

tarde

A espera do olhar tranquilo daquela madrugada santa é terrível. Não há agonia pior que a de um amor pseudo-correspondido, não há tarde pior que a tarde passada ao léu lembrando de fantasias não correspondidas. Maldita correspondência, só me chega cobrança por carta, nunca há nenhuma carta de amor, nenhuma emoção , nenhuma surpresa, apenas cobranças e contas e
no máximo cartão de natal da loja que comprei seu último presente...

E os amantes da madrugada que dormem de olhos abertos tentando esconder o amor coberto, respiram fundo em retirada, e tecem sonhos desesperados mais confusos que nó cego. Não há defeito no ato falho, tudo sistematicamente arrumado. E a sincronia divina dos corpos em perfeita simetria como se nada mais fosse certo ou errado, como se não houvesse mais tempo nem nada, como se não fosse nada e ao mesmo tempo... era tudo.

Romeu, me passa sua faca, vou de encontro à ti no inferno tomar uma cachaça e falar mal de Julieta e minha amada. Pois essa espera nesse calor carioca não pode ser pior que sua atual morada. Vamos traçar planos infalíveis , que são mais falsos que propaganda de brinquedos. Quem sabe assim tomaremos coragem para não sermos nada. Dois merdas corriqueiros, que não sabem amar nem um isqueiro que acende sua calma.

E as chamadas ignoradas , as malditas horas passadas vendo fumaça voar. Não sei mais que dia é hoje, eu esqueci de não te lembrar. Vi filmes com o mesmo olhar, vi poesias que me fazem lembrar, vi aves que adoram voar e que me lembram como é te amar.

E esse sentimento infantil que me toma o peito e domina meus atos? E essa dor ansiosa? Fala alegre, sorriso temeroso e olhos cerrados com cara de criança feliz que viu papai noel... Não controlo o que penso, não me peça amnésia pois não terei, não me peça realidade, desisti dela. Eu espero aqui, minha paciência é forte apesar de frágil. Eu espero. Desata os nós errados e me encontra na praia que um dia consolei teu amor desesperançoso, me encontra na praia onde ouvi pela primeira vez sua voz angelical soar e seus olhos azuis a brilhar. Me encontra lá depois de nós desatar...me encontra lá?

Os amantes sempre se encontram tarde demais. Acho que amo te amar... Romeu?! Guarda meu lugar e pede uma dose , que eu já vou voltar...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Tempo - Móveis coloniais de acaju
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz
E passar rápido pra mim

Parece que até jantei
Com toda a família e sei
Que seu avô gosta de discutir
E sua avó gosta de ouvir
Você dizer que vai fazer

O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim (2x)


Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar
Nos meus segundos sem você

Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Eu me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar
Pelo presente de fazer

O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim (2x)

Pra mim, pra mim


Se o tempo se abrir talvez
Entenda a razão de ser
De não querer sentar pra discutir
De fazer birra toda vez
Que peço ao tempo pra me ouvir

A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz
E passar rápido pra mim


Eu que nunca discuti o amor
Não vejo como me render
Ah! Será que o tempo tem tempo pra amar
ou só me quer tão só?

E então, se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia
e no olhar
Saber que o tempo vai ter que esperar

O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim (2x)



Quem acredita sempre alcança!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vazio

Salto para a sombra
Onde o tempo é ameno
E as flores mortas.
Saio da vida alegre,
Sem som nem fúria
Nem amores possíveis
E parto para o vazio
Que parece ser meu futuro

O torto torna tosco
Tudo turvo sem tom certo
Queima o fumo forte
Desce a água ardendo
E nada fica certo
E nada volta
E nada é
E nada fica
E não é nada...

Nada...

sábado, 11 de dezembro de 2010

V.I.R.

Todos os olhos verdes doentes
Faces rosadas de fome
Torcidas distantes, armas dispostas
Nenhuma investida para a guerra.

"Deixa sair o que você sente"
Acho que não saiu tudo...
Sai agora na poesia morta de sábado à noite
Uma festa sozinho em casa
Lendo Bukowski e Ginsberg
Com doses de café, cigarros e comida congelada
Sai a porra toda agora , com calma
Sem pressa e sem muita vontade
Como uma bela cagada, que não foi forçada

O telefone toca, não é ela
Mas é ela quem liga...
Merda , tenho de me mecher,
Levantar a bunda da cama e correr
Pelo menos tentar entrar na batalha

Ligo para ela, chama, chama, não atende
Ligo novamente
A voz sensual e lenta me acolhe com doçura
"Não poso , impossível"
Falo sem medo algum, sem esperança...

Ela se despede com voz de decepção
Eu Volto à cama, deito e abro um livro.
Ouço vozes infernais no ouvido
Deixei-as me conduzirem

Volto à minha festa particular de derrotados
Onde a poesia não é bela,
O fumo é amargo
E o álcool pesado.

Desejo



Voltei só
Não consegui ficar
E ser obrigado à entender
Entender esse mundo maldito
E nem ao menos poder chorar
Não poder nem ao menos sofrer
Mas quem disse que poder é querer?
Quem disse que podemos viver?
Quem disse que queremos poder?
Eu ? Eu só queria você...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Mudanças

Algo me diz que não tem nada certo
Que pode vir à ser bom ou ruim,
Que tudo pode mudar em segundos
Que com minhas mãos, posso ter o mundo

domingo, 5 de dezembro de 2010

Amor de pai e filho










Quando criança as cores me chamavam,
Meu pai gritava, mostrava-me camisas
Mostrava-me ídolos e bandeiras
Eu seguia vendo a história

Mais tarde, o sofrimento
Não se falava tanto,
Não se via muitos
Mas meu pai continuou gritando e guiando
Ouvi muitas falas grossas
Não via o escudo na escola
Nem na globo aparecia...

Mas meu pai me levou para vê-los
Guiou meus passos
Levou-me à verdade

Mais tarde , nem sabia
Não lembrava tão bem das cores
Guardava apenas nomes
Antigos amores...

Os meus dias mudaram,
Os anos trouxeram força
De todas memórias puxei verdades
De todas lembranças , torcedores

Nos dias difíceis estive ao lado
E nos dias seguintes , fiquei calado
Com tanto choro, um dia vem glória
Esse dia, esse jogo, guardarei na memória

Nos anos do quase, chorei junto à ti
Mas no ano seguinte voltei à festa
Exaltei suas cores, chorei suas mágoas
E você me deu amores

Acreditei. Ouvia tuas palavras, esperei
Hoje recebo o retorno, alcancei!
E com todos amigos, chorei.

Ao meu pai agradeço,
Obrigado pela educação
Por todo amor
E por manter-me no caminho certo

Hoje sai o grito.
O grito que esperei por anos
Saí da glória e fui ao lixo,
Saí do lixo e fui ao quase,
E hoje abandono o quase e consigo
Hoje sai o grito
Finalmente sai o grito preso
Preso num cárcere colorido
Por esperança, sangue, paz e amor

Hoje o cárcere tricolor foi quebrado
O verde se liberta e voa junto ao branco e o grená
O tricolor prevalece
E o maldito grito sai da boca de tantos apaixonados
É campeão porra, É CAMPEÃO!
O amor não se abala jamais...

sábado, 4 de dezembro de 2010

pulchra mulier

Onde estava meu amor
Quando mandei flores
E lancei olhares furtivos
Que acertaram olhos errados

Com quem andava minha musa
Andes de me encontrar
Falar de poesia comigo
E sem jeito pedir um cigarro

Onde estavam esses olhos vermelhos
Que me parecem tão maltratados
E não aceitam jamais serem amados

Como faço agora para passar
Dois dias sem ao menos olhar
Os meus olhos que foram amputados

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Ser Fluminense, por Artur da Távola

Ser Fluminense é entender esporte como bom gosto. É ser leal sem ser boboca e ser limpo sem ser ingênuo.

Ser Fluminense é aplicar o senso estético à vida e misturar as cores de modo certo, dosar a largura do grená, a profundidade do verde com as planuras do branco.

Ser Fluminense é saber pensar ao lado de sentir e emocionar-se com dignidade e discrição. É guardar modéstia, a disfarçar decisão, vontade e determinação. É calar o orgulho sem o perder. É reconhecer a qualidade alheia, aprimorando-se até suplantá-la.

Ser Fluminense não é ser melhor, mas ser certo. Não é vencer a qualquer preço mas vencer-se primeiro para ser vitorioso depois. É não perder a capacidade de admirar e de (se) colocar metas sempre mais altas, aprimorando-se na busca! E jamais perder a esperança até o minuto final.

Ser Fluminense é gostar de talento, honradez, equilíbrio, limpeza, poesia, trabalho, paz, construção, justiça, criatividade, coragem serena e serenidade decidida.

Ser Fluminense é rejeitar abuso, humilhação, manha, soslaio, sorrateiros, desleais, temerosos, pretensão, soberba, tocaia, solércia, arrogância, suborno ou hipocrisia. É pelejar, tentar, ousar, crescer, descobrir, viver, saber, vislumbrar, ter curiosidade e construir.

Ser Fluminense é unir caráter com decisão, sentimento com ação, razão com justiça, vontade com sonho, percepção com fé, agudeza com profundidade, alegria com ser, fazer com construir, esperar com obter. É ter os olhos limpos, sem despeito, e claro como a esperança.

Ser Fluminense, enfim, é descobrir o melhor de cada um, para reparti-lo com os demais e saber a cada dia, amanhecer melhor, feliz pelo milagre da vida como prodígio de compreensão e trabalho, para construir o mundo de todos e de cada um, mundo no qual tremulará a bandeira tricolor.